Ás vésperas de um evento misterioso de High ☆ Speed Free! – Starting Days (2017) com um dublador da série (será o anúncio de um novo filme ou temporada???!!!), vale a pena ver de novo Free: um anime de esportes, mas principalmente uma história de amizade e superação de 5 jovens do clube colegial de natação. Apesar de acusações (com razão) apontado o exagero de fanservice a favor das garotas ou o clima de bromance entre eles, é impossível negar o grande sucesso da série, que resultou na produção de uma 2ª temporada. Nesta resenha, serão citados detalhes que talvez tenham passados despercebidos pelos telespectadores, inclusive em uma análise da OP e ED, e discutiremos a seguinte questão: o que é ser livre (free)?
A origem
Para testar as águas e medir a aceitação do público com o livro High☆Speed!, as produtoras Kyoto Animation e Animation Do. lançaram um trailer intitulado Free! – Iwatobi Swim Club. Bastou essa animação de 30 segundos para que uma legião de fãs se manifestassem não só a favor da criação da light novel, bem como exigindo um anime. High☆Speed! levou menção honrosa no prêmio Kyoto Animation Award 2011 e, como prometido, a história dos nadadores ganhou duas temporadas do anime dirigidas por Hiroko Utsumi, de 12 episódios cada, além de especiais. No dia 5 de dezembro de 2015, houve ainda o lançamento do filme Free! Starting Days, prequel de "Free!", situado no tempo em que cursavam o ensino fundamental.
Enredo e Personagens
A primeira temporada segue em torno de Haruka Nanase, um nadador, amante de água e cavalinha, e os demais membros do clube de natação da escola: o gentil Makoto Tachibana, que terá de superar o seu medo do mar aberto, o (quase) sempre sorridente Nagisa Hazuki e o fã de cálculos e simetrias perfeitas, Rei Ryuugazaki. As intrigas começam quando Rin Matsuoka, amigo de infância de Haruka, retorna da Austrália completamente mudado. A rivalidade se transformara em ódio ainda na infância, quando Rin perdeu uma corrida contra o amigo e temia jamais superar o talento nato do garoto-golfinho.
Apesar de alguns personagens não serem tão desenvolvidos, os episódios valem a pena justamente pelo enfoque no forte relacionamento de Haruka e Rin. O clímax, admito, trouxe lágrimas aos meus olhos e me fez perceber tudo de novo o que significa "For the Team", o que significa não estar sozinho. Haruka pode parecer outros daqueles personagens apáticos, frios e estoicos estereotipados, mas é especialmente nessas cenas que vemos o quão profundas são as emoções do jovem.
Rei é outro personagem que receberá leve destaque na temporada, pois, mesmo estando na posição complicada de suposto substituto de Rin como o quarto integrante do time, ele toma uma decisão corajosa e acertada pelo bem de reunir aqueles amigos separados por anos.
Análise do videoclipe
Já na Abertura e Encerramento do anime são indicados, as vezes por meio de metáforas e símbolos, os principais temas da histórias. Assista clicando no link para OP e ED. A letra da música "Rage on", de Oldcodex, fala sobre uma luz forte que, por um lado, mostra uma visão distorcida da rua refletida e, por outro, revela algo nunca antes visto. Cita ainda um redomoinho de sentimentos negativos, como inferioridade, e, por fim, que não há tempo para olhar para trás e é hora de ir. Veja a letra traduzida para o inglês aqui. É interessante que o vídeo original mostra a banda cantando em uma espécie de armazém escuro, com uma só fonte de luz, e grafitando desesperadamente (manchando as mãos e os pés no processo) algumas placas com tintas variadas:
Mas, o estúdio responsável por Free não sai perdendo, pelo contrário, faz uma bela animação condizente com a letra da música e o enredo do anime. Basta reparar nas cenas finais retratando Rin e Haruka: Rin tem como plano de fundo um pedaço de terra árida e Haruka e amigos, o mar profundo, ambos revelando o estado interior das personagens. Rin estava sozinho e vazio por dentro, enquanto Haruka guardava inúmeras e infinitas possibilidades.
O encerramento é um dos meus favoritos dentre todos os animes: é claramente uma narrativa sobre os nadadores transvestidos de aventureiros árabes ao estilo de Mil e Uma Noites. Depois de uma longa jornada pelo deserto (olha outra metáfora!), existe uma reconciliação entre as personagens, pois o ex-rei corrupto só vai sorrir de verdade ao lado dos amigos naquele oásis paradisíaco.
Outro ponto muito ignorado se refere as roupas que os garotos usam no início de "Splash Free", cada camiseta com o desenho de um animal diferente.
A relação de cada personagem de Free a uma criatura do mundo animal é construída ao longo de toda série: Haruka como golfinho, Rin como tubarão, Makoto como baleia assassina, Nagisa como penguim e Rei como borboleta. Cada um dá sua interpretação do porque dessa escolha e, adianto, isso é o mais legal, pois um símbolo não é fechado, pondo de lado algumas explicações absurdas, existem muitas hipóteses válidas que serviriam de resposta.
Portanto, que fique clara que esta será a minha breve interpretação pessoal.
Rin é um tubarão e, como tal, solitário, nota-se a semelhança na forma como desenham seus dentes parecidos com presas. Rei, além de dominar o nado borboleta, inicialmente não sabia nadar, mas eventualmente deixa seu casulo e é capaz de trazer transformações na vida dos amigos. Makoto é uma baleia assassina do tipo resident, que formam um grupo matriarcal e criam fortes laços entre elas, tal como ele é apegado aos irmãos mais novos e a família, ainda assim, também é grande e forte. Haruka é descrito como alguém que nada como um golfinho, porém, em ocasiões, também ele poderia ser comparado a sua adorado cavalinha: um tipo pequeno de peixe que sempre nada em grupo, daí o apego profundo e incondicional dele com os amigos. E, finalmente, Nagisa é como um penguim porque ele é ... pequeno, sorri e acena?
Doujins
E é preciso admitir que a série inspirou uma enorme variedade de doujins, dentre eles, há alguns com um desenho tão belo e inspirações tão criativas que impressionam, situando a história no gênero shounen-ai ou yaoi. Dōjinshi (同人誌) é um termo japonês para publicações independentes, geralmente revistas, mangás ou romances.
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| Cenas de Free! dj - Mirage in Blue, Laurels Illuminate you, Little Mermaid in Love e Mermaid Aquarium. |
Conclusão
Por fim, o que é ser "free"?
Por fim, o que é ser "free"?
Se perguntar para um detento, um policial, um filósofo, um político etc, cada um deles te dará uma resposta diferente sobre o que é "liberdade". De acordo com o site Brasil Escola, o Dicionário de Filosofia conceitua, em sentido geral, o termo liberdade como a condição daquele que é livre; capacidade de agir por si próprio; autodeterminação; independência; autonomia.
No caso de Haruka, ele é obcecado por água (azul com a cor do seus olhos) e insiste nadar apenas o estilo free. Somente quando está na tranquilidade da água, é que ele tem um sentido completo de identidade, de ser quem ele é. Nas palavras de Hiroko Utsumi, o diretor de Free!, "Ele tem uma forte obsessão pela liberdade que a água lhe oferece" ("He has a strong obsession with the freedom that water gives him."). Na segunda temporada, quando Haruka e Rin começam a percorrer o caminho para se tornarem nadadores profissionais, essa questão será ainda mais explorada.
Livre-se daquilo que é inútil e que te afoga, te arrasta para o fundo do oceano; seja, como Haru, livre.
By Geisy N.
Título: Free! - Iwatobi Swim Club (フリー！)
Gênero(s): Comédia, Escola, Slife of Life, Esportes.
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